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Anônimo

Seventh Lair: Uma Decepcionante Surpresa — Análise

Atualizado: 1 de out. de 2023


 

Seventh Coat (セブンスコート) é uma visual novel desenvolvida pela Novectacle e lançada para PCs no Japão em Abril de 2013. Posteriormente, no ano de 2022, foi localizada e teve seu relançamento mundial, apelidado: Seventh Lair.


Escrita por Hanada Keika (縹 けいか) e com a arte Moyataro (靄太郎), mesmos responsáveis pela série de maior sucesso da Novectacle, a visual novel: The House in Fata Morgana (2012). VN essa que recomendo fortemente, devido as referências presentes no texto e sendo Seventh Lair uma reutilização de diversos assets e personagens introduzidos no jogo base.


 

Sinopse

 


Dark†Knight, 27 anos, um desenvolvedor de jogos independentes começando a se sentir apreensivo com sua falta de sucesso. Vivendo nas margens mais baixas da sociedade, enquanto sua carreira está por um fio, mas tudo está prestes a tomar um rumo positivo, quando uma de suas fãs mais participativas e ativa lhe manda uma mensagem.

Seu processo criativo já havia sido impulsionado pelo desejo de ser reconhecido, mas agora ele tem um inspiração real, baseada em seus sentimentos por ela e acreditando nesses sentimentos ele sabia que, em 2013, poderia fazer um jogo diferente de qualquer outro. Porém, um imprevisto acaba acontecendo e tanto ele quanto usuários de seu site acabam dentro de um... isekai?


- sinopse adaptada da plataforma steam


 

Experimentação, mas com problemas

 

"Ser sugado pra dentro de um jogo... Não existe a possibilidade de acontecer! Impossível!

Sempre apreciei videogames, não só como um produto e entretenimento, mas também como linguagem, e como certas produções dentro desse espaço acabam que se auto referenciando, criando símbolos, convenções e todo um cosmos muito próprio. Claro, isso não é exclusivo de joguinhos, outras mídias como cinema, literatura e música também são capazes disso - dentro de seu formato, claro.


Seventh Lair, além de ser uma derivada da visual novel "The House in Fata Morgana" em algum nível, é também uma tentativa dos desenvolvedores de tentarem externalizar todas suas frustrações e angústias enquanto criadores nesse processo de produção de um videogame, além de também ser uma experimentação com o próprio formato. Fata Morgana, em certo ponto, já subvertia a função do narrador-personagem e do telespectador dentro daquela história, mas Seventh Lair vai além disso, é uma utilização exagerada - as vezes até demais - dessa ferramenta, não só referenciando a própria linguagem e seus símbolos, mas também Fata Morgana e a própria desenvolvedora, a Novectacle. Porém, Seventh Lair, ao mesmo tempo que se vende como uma história isolada e que não se relaciona com a principal série da Novectacle, utiliza de todos seus assets e personagens interpretando quase que os mesmo papeis. É uma história diferente, mas também familiar, muito pela apropriação do que compõe Fata Morgana.


É difícil falar sobre algo que não tenho muito sobre o que falar, Seventh Lair é uma história simples, pouco inventiva, e que, para quem jogou Fata Morgana, passa uma sensação de "mais do mesmo", não por ter temas semelhantes (até por que não são) mas, talvez, por medo de tentar ser algo único, e no fim ser apenas uma sombra que reutiliza o material original. Pode parecer que estou cobrando muito de uma visual novel que claramente foi feita com o budget excedente do cargo chefe da Novectacle, mas, querendo ou não, foi tempo investido em uma experiência que, no fim do dia, foi medíocre.


"Antes, eu jamais consideraria como um personagem pode se sentir. Eu só pensei nas mecânicas, e como os jogadores abordariam."

Não retiro seus méritos, é uma carta de amor não só pra quem produz arte, mas pra quem consome também. Uma tentativa de lembrar aquilo que foi a muito tempo esquecido, sobre o que é ser um criador e conseguir transmitir aquilo que você quer passar através dessas ferramentas que possuímos. Eu legitimamente aprecio muito essa paixão e entusiasmo da Novactacle ao falar sobre seus trabalhos através de Seventh Lair. Além do tom intimista e bem pessoal, quase que um documentário em alguns momentos, que é reforçado pela absurda trilha sonora que definitivamente vai se acomodar em alguma de minhas playlists. E um jogo muito sincero em relação a isso, e é inegável que foi um esforço valido. Mas, querendo ou não, foi tempo investido em uma experiência que, no fim do dia, foi medíocre - pra mim ao menos.


O problema começa na própria decisão de manter uma ligação mesmo que simbólica com o primeiro jogo, é uma visual novel curta, cerca de 4 horas de duração, mas que não sabe distribuir seu conteúdo durante esse tempo. Momentos mais rápidos do que deveriam e outros mais lentos, isso em uma história que depende de que o jogador crie laços com todos aqueles personagens para um payoff efetivo. Se você já leu Fata Morgana antes esse apelo talvez funcione, o jogo meio que deixa claro em vários momentos que a leitura do original contribui para que o leitor crie esse vínculo, mas a VN se agarra demais nessas personalidades pré-fabricadas e acaba não sendo algo que exista de forma independente. Além de tratar de temas sensíveis de forma pouco responsável (o que, particularmente, não julgo tanto por ser um possível depoimento que provavelmente estava entalado faz tempo, mas não seria pedir demais um aviso mais explícito e específico) ao mesmo tempo que é ambientada em um espaço digital já muito popular pela cultura de "channers" dentre outros milhares de problemas do meio.


 

Conclusão

 

Homem furioso fala
"Como eu poderia me acalmar? Tente imaginar a insanidade que tive que lidar"

No fim, foi uma experiência decepcionante, era um lançamento que tinha curiosidade, principalmente por Fata Morgana ser uma das minhas coisas favoritas. Não é um desperdício total, (diferente de como aparenta meu tom de decepção) ainda é uma experiência válida apesar dos pesares, não só pra quem nunca leu uma visual novel e quer adentrar no meio, mas também para quem gosta do jogo original e quer ver aqueles personagens interagindo novamente em um mundo contemporâneo que é... igualmente brutal, infelizmente (mas agora com computadores e internet ).

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