Introdução
Gestalt: Steam & Cinder, desenvolvido pela Metamorphosis Games, mergulha os jogadores em um mundo steampunk repleto de uma pixel art impressionante e uma história envolvente que prende a atenção desde o primeiro momento. Situado em um universo devastado por uma calamidade que abriu um pórtico para hordas demoníacas, a humanidade se viu forçada a combater fogo com fogo, transformando-a nos próprios monstros que os ameaçavam. A seguir, você confere as nossas impressões completas sobre o jogo!
Um mundo banhado pelo conflito
Os Akhaianos, guerreiros que beberam o sangue dos demônios e vestiam armaduras steampunk com colorações de bronze e intrincados mecanismos, eram liderados pelo Ente Infiel. Esse processo de beber o sangue dos demônios lembra o ritual de iniciação dos Grey Wardens na saga Dragon Age, onde os recrutas bebem o sangue dos Darkspawn para obter o poder necessário para combatê-los.
Tal como os Grey Wardens, aqueles que não resistiam à corrupção do sangue morriam ou, caso não participassem do ritual, não poderiam se tornar guerreiros. Com o tempo, a corrupção tomou conta dos Akhaianos, exceto por um cavaleiro singular, coberto pela mais radiante armadura de Crômio, que manteve sua humanidade e derrotou o Ente Infiel, levando ao exílio dos Akhaianos restantes.
A humanidade se reergueu das ruínas e encontrou uma última fagulha de esperança na cidade de Canaan, uma metrópole de vapor. Os Akhaianos, eternamente marcados pelas armaduras, juraram vingança e buscaram o poder do abismo para transformar o mundo.
Anos se passaram desde o Exílio Akhaiano, e a cidade de Canaan, liderada pelo cônsul, tenta negociar uma paz entre os humanos e os Akhaianos. É neste cenário de tensão e esperança que o jogo começa, introduzindo Aletheia, uma Soldner. Aletheia é uma mercenária que pode fazer contratos para conseguir dinheiro e Pontos de Técnica para melhorar suas habilidades, adicionando uma camada de estratégia e personalização à jogabilidade, da qual falaremos a seguir.
Estética, trilha sonora e jogabilidade
Visualmente, "Gestalt: Steam & Cinder" é uma obra-prima. As pixel arts são lindamente detalhadas, com um estilo estético que capta a essência do steampunk e dá vida a cada canto dos mapas. Cada cenário é um espetáculo para os olhos, com detalhes meticulosos que encantam os fãs do gênero. A atmosfera steampunk é rica e imersiva, proporcionando uma experiência visual que é tanto nostálgica quanto inovadora.
A trilha e os efeitos sonoros também são dignos de destaque. A música remete a algo mais orgânico, sem muito uso de instrumentos futuristas, o que considero um grande acerto da equipe de som de Gestalt. Os efeitos sonoros são tão cativantes que, por capricho, repetia algumas ações várias vezes para saborear a vibração dos sons de correias girando, engrenagens e vapor. Esses elementos sonoros enriquecem a imersão e trazem ainda mais vida ao ambiente steampunk.
A jogabilidade é igualmente cativante, combinando mecânicas clássicas do metroidvania com uma exploração que, apesar da lentidão da personagem, é capaz de manter o jogador engajado por muito tempo. Por conta dessa lentidão, o backtracking pode soar cansativo em alguns momentos.
Os controles são responsivos e a progressão da personagem, com habilidades únicas ligadas ao cristal do abismo, oferece uma profundidade estratégica interessante. Entretanto, muitas vezes, o jogo alterna entre um combate agradável e a simples repetição do botão de ataque, o que pode tornar os combates monótonos, considerando as muitas ferramentas que o jogo oferece mas que não são exigidas, diferentemente de outros metroidvanias, em que cada habilidade que você adquire é utilizada até mesmo fora das situações para as quais foram projetadas.
O sistema de melhorias é baseado em níveis e também em contratos completados. O cristal que você possui desde o início do jogo serve como catalisador para suas habilidades. Para cada nível que você sobe ou contrato que completa no quadro de habilidades, você ganha pontos para gastar na aba de melhorias.
Conclusão
Gestalt: Steam & Cinder é uma verdadeira joia no mundo dos jogos indie, apesar do ritmo e das diversas habilidades não tão bem aproveitadas. Com sua arte impressionante, história envolvente e jogabilidade viciante, é um título que merece atenção. Se você é fã de pixel art e do gênero steampunk, este jogo certamente irá conquistá-lo.
"Tuas efêmeras criações da Razão são reles lingotes umbríferos que tentam refletir a luz de um abrasado coração. De que serve a tua carne diante do cálido toque da mãe?" Sonhos do Vapor, de Santa Anais, XXXIV, iii.
Agradecemos gentilmente à Metamorphosis Games pelo envio de chave para análise de Gestalt: Steam & Cinder.
Texto editado e revisado por Gabriel Morais de Oliveira (@GabrielHyliano).
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