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Foto do escritorAndré "Sr. Genérico" Dumas

"Destiny 2: A Forma Final" é a conclusão de diversos ciclos da minha vida — Crítica

12 anos atrás eu joguei Halo: Reach. Eu tinha dedicado aquele ano à experimentação da franquia Halo como um todo e eu me apaixonei pela imagética, pela lore, pelo universo que a Bungie tinha proporcionado.


O início da aventura

A ideia de soldados espaciais gigantescos salvando o mundo é algo que eu visualmente adoro, sejam os (muito questionavelmente) “heróicos” Spacemarines, os Spartans, a ideia de indivíduos com armaduras muito estilosas enfrentando as mais variadas ameaças falava com as minhas preferências de uma forma muito sonora. Halo Reach foi a peça final dessa experiência, testemunhando em um personagem customizável um dos eventos mais importantes daquele universo.


Aí eu vi a tela final: “Nos veremos em meio às estrelas.” Esse estúdio que criou esse universo tão rico estava com as malas prontas para deixar os contos de Master Chief em busca de novos horizontes. Eu não sabia o que fazer, mal tinha conhecido esse mundo e já tive que me despedir dele, porém, eu sabia que o que quer que a Bungie fosse fazer, eu estaria logo atrás para testemunhar. É engraçado como a primeira vez que eu vi algo do projeto que viria depois de Halo, foi pela narração (e presença) do Gus de Breaking Bad.


Como Destiny entrou na minha vida

O primeiro trailer desse jogo que eu vi era um daqueles em live-action, que em muitos casos beira o cringe, porém, eu fiquei completamente imerso. O homem que um dia interpretou quem era um sinônimo de terror na história de Walter White estava lendo para uma criança “a parte mais importante da história”: A lei da selva. Conforme ele falava sobre a força do lobo ser sua alcatéia, eu vi três indivíduos enfrentando um exército infindável.

 

Eu tive a mesma sensação que eu tive quando vi o Master Chief pela primeira vez. Um misto de admiração e curiosidade, além do deslumbramento de um universo totalmente novo, com a tagline “Dos criadores de Halo” (os publicadores de Call of Duty nunca importaram). Seu nome? Destiny. Apropriado, devido às circunstâncias do estúdio. Nem pestanejei, assim que foi possível eu dei dos mais variados pulos para ser um beta-tester desse jogo, mesmo que meu sofrido Playstation 3 não fosse a plataforma principal, eu precisava ver o novo passo da Bungie, eu precisava estar lá.


O Grande momento

Por sorte, ou talvez uma coincidência do destino (hehe) lá eu estava, experimentando o jogo com todo mundo, participando dos betas e me apaixonando a cada confronto. Um dos aspectos que mais me cativou naquela primeira impressão foi o fato que ali eu não estava controlando um personagem específico, mas assim como o próprio Noble Six, em Reach, eu criei o meu guardião e eu defini quem ele seria, quais poderes usaria e qual seria seu papel em combate. Amo customização em jogos e poder criar o meu guerreiro-espacial-com-armadura-maneira foi algo que eu adorei fazer (e adoro até hoje).


E então eu joguei Destiny no lançamento. Apesar de seus problemas (que, sejamos sinceros, não foram poucos) eu ainda me encantei com aquele universo e com o potencial que ele poderia mostrar. Infelizmente, eu não tinha recursos financeiros pra poder comprar as expansões, por sorte, consegui jogar The Taken King graças a uma coincidência e à generosidade de um amigo meu, que comprou a edição de PS3 para si, porém, recebeu de aniversário outra cópia.


Essa expansão foi absurda, para muitos a melhor coisa do período de existência do primeiro jogo, além de também conter tanto The Dark Below quanto House of Wolves, as duas primeiras expansões. Daquela forma, eu estava atualizado com o que o jogo tinha, porém, eventualmente eu não consegui continuar acompanhando, já que a última DLC era exclusiva da nova geração.


Novas jornadas, novos companheiros

Não contarei a história inteira, mas meus últimos 10 anos de videogames sempre tiveram, em algum grau, a presença de Destiny, seja o primeiro ou o segundo jogo. No PC, no Xbox One, no PS4. Eu não sou uma pessoa que gosta de multiplayer, mas eu sempre tive orgulho de ter esse jogo como parte da minha biblioteca. Eventualmente, em 2023, eu consegui algo que eu nunca tive antes nos meus anos como Guardião: um grupo de amigos para jogar junto, no caso, o Game Design Hub (ou Game Destiny Hub). Jogamos as expansões mais recentes, fizemos as raids, nos preparamos para a tal Forma Final como uma unidade, um esquadrão, uma equipe.


Isso nos leva ao último capítulo dessa história: O confronto com a Testemunha. Saber que eu fui cordialmente selecionado para estar com meus amigos neste momento pivotal para a conclusão de uma década de histórias, de aventuras, de momentos, de emoções, foi uma das maiores honras que eu poderia ter tido. Não sou aquele guardião que completou todas as raids ou que é um especialista na narrativa daquele mundo, porém, ainda tenho um carinho imenso por Destiny e queria muito ver onde essa história terminaria. Estava empolgado para enfrentar a inevitabilidade entrópica ao lado de meus amigos, meus camaradas. 

 

Todos os caminhos levam à testemunha

E então começamos. O grupo se dividiu em dois trios, um deles era composto por Breno Mancini, Gabriel Hyliano e Gabão, enquanto que o outro tinha como membros Lucas Souza, Leo Ferreira e este que vos fala. Ambos os grupos determinados a obliterar a testemunha, marchamos pela campanha do jogo. Marchar é um termo hiperbólico, considerando que jogamos esta campanha no modo Lenda, vários momentos eram mais comparáveis à jornada pelo túnel de Microondas em Metal Gear Solid 4 do que de fato alguma forma de progresso.


Falhamos incontáveis vezes, mas não desistimos, independente do risco, inimigo ou situação. Além dos mais variados tiros e explosões vindas em nossa direção, nós também recebemos uma avalanche de sentimentos muito fortes, seja pelos locais que já visitamos um dia, o uso brilhante do leitmotif de Destiny 2, “Journey”, ou mesmo a sensação de que o fim se aproximava.


A Forma Final era muito mais do que apenas uma jornada para destruir uma entidade, todos nós sentimos isso.

Isso, claro, quando nossos corações não apertaram ao rever um dos personagens mais queridos e adorados desse universo, o intrépido caçador Cayde-6. A cada missão era possível ver que A Testemunha não estava apenas testando os jogadores, mas todas as pessoas. Zavala, Ikora, pilares de segurança e conforto para esse universo, também passaram pelos seus testes de fé e princípios ante à entropia. Apesar de tudo, ainda continuamos, ainda lutamos, até chegar ao berço da Testemunha e provar que mesmo nas horas mais obscuras, com determinação, trabalho em equipe e as pessoas certas no lugar certo (Obrigado Frota e Gabriel Hyliano), podemos fazer deuses anteriores à existência de tudo que conhecemos sangrar.


Vencemos, porém, estava claro que ainda não acabou. Tinha a raid, nós a acompanhamos com afinco e atenção, enquanto participávamos do malabarismo de eventos de videogames que aconteceu em paralelo à corrida para ver quem seriam os primeiros. Os ganhadores foram consagrados e uma última missão foi aberta para todos os guardiões poderem, juntos, colocar um fim na Testemunha definitivamente.


Nos desencontros, me lembro de como tudo começou

É engraçado como às vezes a coincidência das coisas cria momentos significativos. Eu me desencontrei com meus outros colegas no timing de efetuar essas missões, o que me colocou, por sua vez, em uma situação muito similar aos meus primeiros anos em Destiny.


Eu estava sozinho, ajudando vários guardiões que eu nunca vi e talvez nunca mais veja de novo, porém, isso não foi uma sensação ruim, de forma alguma.

Poder ajudar, ser mais uma mão para auxiliar outras pessoas a testemunharem (com um uso proposital deste verbo) o final dessa história foi algo maravilhoso. Quase como um lembrete do meu começo, antes mesmo de me tornar um titã, na época em que eu ainda jogava de caçador, auxiliando estranhos a participar de raids, partilhando de momentos de vitória, porém, desaparecendo logo após, lá estava eu, sozinho, sentado, vendo o Viajante agora curado, enquanto parava de olhar para os medos do presente e começava a pensar nas possibilidades do futuro, com lágrimas nos olhos.


Uma jornada longe do fim

Destiny 2 não acabou, de forma alguma, mas claramente um ciclo se fechou e eu me sinto muito honrado de poder ter feito parte dele. Como eu mencionei anteriormente, não sou uma pessoa muito aguerrida a multiplayer, sempre fui mais fã de experiências single, porém, Destiny 2 sempre teve um lugar especial pra mim e essa DLC apenas reforçou isso. A Forma Final foi uma excelente conclusão de quase uma década de história, uma década que eu tenho muito orgulho de ter experienciado.


À Nuuvem, obrigado pela Key disponibilizada, à Bungie, obrigado por, mesmo que aos trancos e barrancos, ter feito uma das experiências mais legais, empolgantes e emocionantes dos videogames e a Breno, Leo, Hyliano, Lucas, Gabão, Frota e Mudz, obrigado por serem excelentes amigos e, mesmo que não completamente, terem lutado ao meu lado em vários campos de batalha diferentes.


Sinceramente,

Um titã que ainda não sabe pular.



Texto editado e revisado por Gabriel Morais de Oliveira (@GabrielHyliano).




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1 Comment


Taí que esse relato me deu vontade de jogar Destiny. Mas eu acho que vou deixar a vontade passar, kkkk Bom texto, meu lindo.

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